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Como facilitar discussões significativas em salas de aula híbridas ou virtuais - K-20 Blog

Escrito por CYPHER Learning | 20/10/2021 07:00:00

Como professor há mais de um quarto de século, estive intimamente envolvido na tentativa de migrar o ensino do modelo “linha de montagem” para um modelo mais centrado no aluno. Uma das minhas experiências favoritas em sala de aula é observar e ouvir os alunos interagirem durante discussões significativas; desenvolvendo pensamento crítico, habilidades de escuta e persuasão no processo.

Da simples estratégia de pensar/combinar/compartilhar até uma abordagem mais complexa de Diálogo Socrático, as conversas entre os alunos se tornaram uma parte essencial do processo de aprendizagem.

Então, o que um professor faz quando alguns ou todos os alunos estão online?

Como facilitar discussões significativas em salas de aula híbridas ou virtuais

Persuadir os alunos a participar se tornou um tipo diferente de desafio que muitos de nós nunca imaginamos enfrentar. Com as novas distrações e complicações do ensino híbrido e à distância, pode ser tentador voltarmos às antigas aulas expositivas (centradas no professor).

Mas os professores do mundo todo estão demonstrando maneiras de envolver os alunos em conversas usando métodos criativos. Embora estratégias específicas possam ter mudado, a estrutura básica das discussões de sucesso não mudou: estabelecer uma boa base, preparação cuidadosa, responsabilidade e reflexão.

Estabelecer uma boa base

Preparação cuidadosa inclui uma criação da comunidade, bem como definição de modelos e comunicação das expectativas. O maior erro ao conduzir discussões significativas em sala de aula é esperar que os alunos imediatamente se coloquem em posições vulneráveis, compartilhando opiniões profundas com pessoas totalmente estranhas.

A prioridade é desenvolver um relacionamento com os alunos antes de convidá-los a assumir riscos. Antes de dividir os alunos em grupos menores, use modelos de discussões com o grupo todo e trabalhe na criação de um conjunto compartilhado de expectativas para ouvir e falar.

Talvez você queira incorporar gestos manuais em suas sessões ao vivo. Assim que a classe concordar e praticar as regras básicas, você pode passar para conversas divertidas em pequenos grupos por curtos períodos (2-5 minutos) usando tópicos leves, como perguntas do tipo “Você prefere...” ou esta atividade “Frayer a Friend” de @SarahJTeacher.

Preparação cuidadosa

À medida que os relacionamentos começam a se fortalecer na sala de aula e os alunos ficam mais à vontade para se fazer ouvir, você pode planejar conversas mais profundas. Essa parte do procedimento deve incluir uma seleção de tópicos de grande interesse e uma consideração atenta sobre o método de discussão a ser usado.

Quanto mais conectados os alunos se sentirem com o propósito da conversa, mais chances eles terão de se manterem engajados. Por exemplo, em vez de pedir para que os alunos analisem os personagens de “Vivendo na eternidade”, pergunte a eles: “qual personagem você gostaria de ter como melhor amigo hoje e por quê?”

Para incentivar o raciocínio em camadas, a TeachThought oferece estas ideias de perguntas essenciais significativas. Além disso, considere permitir que os alunos criem as perguntas da discussão, assim eles terão mais incentivo para participar quando suas perguntas forem escolhidas.

Ao escolher um método de discussão, suas principais considerações serão o ambiente e as ferramentas disponíveis. Com alguns ou todos os seus alunos participando online, você terá a opção de fazer discussões em tempo real (síncronas) ou, quando for mais conveniente para os alunos, dentro de um prazo específico (assíncronas).

Leia mais: Adotando a mentalidade assíncrona para um ensino online melhor

As atividades síncronas podem apresentar desafios, mas professores criativos descobriram diversas maneiras de fazê-las funcionar usando salas de apoio virtuais. Se você se encontrar em uma situação híbrida ou com grandes grupos de alunos, aquários e discussões em grupo permitirão que os alunos se alternem como ouvintes e palestrantes.

Alguns professores também recomendam que isso ajude a “equilibrar o jogo”, colocando todos os alunos online (mesmo os que estiverem sentados na sala de aula) para discussões com todo o grupo. Outra opção é criar estações de rotatividade virtual como estas, assim o professor pode guiar discussões em pequenos grupos enquanto os outros realizam trabalhos independentes.

No ensino superior, as discussões online assíncronas costumam ser feitas em murais de discussão, mas os alunos do ensino básico tendem a colaborar mais no Apresentações Google, como estes EduProtocols, que incluem até mesmo modelos digitais para pensar/combinar/compartilhar. Igualmente importante é usar o Apresentações Google para rotinas de raciocínio visível e aprendizagem hexagonal.

Flipgrid é uma ferramenta popular para respostas assíncronas a perguntas, permitindo que os alunos gravem suas próprias respostas em uma mensagem e respondam aos vídeos uns dos outros. Alguns educadores também gostam de usar programas criados especificamente para debates online, como Kialo e Parlay.

Responsabilidade durante as discussões

Os alunos estarão mais propensos a participar de conversas que consideram valiosas, por isso é importante concordar em como eles demonstrarão sua participação e aprendizagem. Com trocas com o grupo todo/síncronas em uma sala de aula, os professores podem usar ferramentas como o aplicativo Equity Maps para registrar a participação. No entanto, isso não é prático em situações híbridas ou à distância.

Se estiver usando salas de apoio virtuais, você pode atribuir funções aos alunos em seus pequenos grupos, incluindo um responsável que preencherá um slide do Google específico. Ao alternar o Apresentações Google para a visualização em grade, você pode acompanhar quais grupos estão concluindo suas tarefas. Google Jamboard é outra alternativa que permite que você atribua uma página diferente a cada grupo de alunos, assim pode observar enquanto eles desenham, fixam post-its ou digitam suas respostas.

Conversas codificadas por cor no Documentos Google, conforme descrito aqui por Ashley Bible, também são um bom método para monitorar uma discussão virtual. Além disso, o Documentos Google e os aplicativos de backchannel (como YoTeach!) também são úteis em situações como aquário e discussões em grupo, onde os alunos precisam se alternar para ouvir os outros falarem.

Por fim, se você quiser motivar todos os alunos a falarem sobre um tópico, experimente o A.J. Juliani’s Discussion Game, que incentiva os alunos a usarem diferentes radicais de frases, ou um Score Card do podcast Smash, Boom, Best, que enfatiza habilidades de debate.

 

 

Reflexão

Qualquer pessoa que já se sentou com parentes em volta de uma mesa de jantar em feriados sabe que até mesmo discussões bem-intencionadas podem dar errado. Também sabemos que podemos ter conversas intensas com as pessoas e esquecê-las horas ou dias depois. Essas são as razões pelas quais é tão importante encerrar as conversas em sala de aula, pedindo aos alunos para pensar sobre o que funcionou e o que não funcionou e para sintetizar sua aprendizagem.

Rotinas de raciocínio visível, como “Eu costumava achar... agora acho” e “Conecte, amplie, desafie”, são atividades excelentes para incentivar os alunos a verbalizar suas experiências. É possível criar um breve formulário no Formulários Google para conversar com os alunos sobre como o processo funcionou, perguntando a eles em que medida acham que as expectativas combinadas no início foram atendidas e quais melhorias podem ser necessárias. Outras ideias de perguntas de reflexão podem ser encontradas aqui.

Resumo

O papel das discussões em sala de aula não deve ser diminuído por conta das circunstâncias atuais. Os alunos precisam processar sua aprendizagem falando sobre ela, ouvindo diferentes perspectivas e usando a linguagem acadêmica no contexto. Também é essencial que os alunos participem de conversas que criem espaços seguros para vozes opostas, para que possam levar essas habilidades de pensamento crítico para o futuro como cidadãos, profissionais, pais e líderes.