A aprendizagem on-line tornou-se uma parte predominante do cenário educacional. Isso apresenta alguns benefícios significativos. Ela permite que a aprendizagem continue quando o distanciamento é uma necessidade. Também oferece maiores opções de acesso para alunos que vivem em áreas rurais ou enfrentam desafios de mobilidade. No entanto, para alunos que vivem com características neurodivergentes, o e-learning pode ser problemático.
A neurodivergência abrange uma série de alunos cujo funcionamento cognitivo ou neurológico opera de maneira diferente da maioria. Isso tende a incluir o transtorno do espectro autista (TEA) e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Dificuldades de aprendizagem como a dislexia também fazem parte dessa definição. O termo também pode ser usado para descrever aqueles que enfrentam desafios de saúde mental.
Como educador, é importante ajudar alunos e pais a ter a experiência de e-learning mais positiva possível. Vamos analisar alguns elementos que devem ser levados em consideração.
Forneça a estrutura
Um dos desafios comuns em torno de alunos com características neurodivergentes pode ser a falta de estrutura. Certamente, cada criança que enfrenta esses desafios terá as próprias experiências e necessidades. Alguns alunos que lidam com o autismo podem achar difícil se sentir à vontade em um ambiente de aprendizagem imprevisível. Uma nova abordagem educacional também pode perturbar a concentração de alunos com TDAH, dificuldades de aprendizagem ou ansiedade. Como a aprendizagem remota pode representar uma maneira mais flexível de se aprender, é importante implementar um senso de estrutura.
Trabalhe com os pais para criar horários práticos para as aulas. Quando os alunos estão aprendendo em casa, nem sempre eles estarão conectados a um professor. Nesses termos, você precisa organizar horários confiáveis e recorrentes em que toda a turma se reúna. Planeje ter discussões, compartilhar ideias e aprender em conjunto.
Não se trata apenas de ter os mesmos horários para as mesmas atividades todos os dias. É importante ter variedade, particularmente no equilíbrio entre as atividades na tela e longe dela. É mais uma questão de oferecer aos alunos um pouco de segurança de que há uma estrutura de base no dia escolar.
Além do cronograma, também é importante entender como você pode adaptar a estrutura de aprendizagem para reforçar o foco. Muitas vezes, isso se resume a falar usando técnicas sólidas que possam fazer com que todos se envolvam com a atitude mental certa de aprender em qualquer época do ano. Isso pode incluir a ênfase em elogiar como os alunos respondem ao processo, em vez de se apoiar em características pessoais. Também pode envolver a integração de um tempo regular para pausas e cochilos no cronograma, mesmo para alunos mais velhos.
Estratégias de planejamento para manter o foco podem criar o tipo de estrutura de aprendizagem mais adequada para manter os alunos neurodivergentes envolvidos.
Considere o ambiente
Fatores ambientais podem desempenhar um papel significativo na educação. Crianças neurodivergentes podem achar que os elementos mais perturbadores do bem-estar giram em torno da presença de estímulos externos. Embora uma escola possa ter uma certa quantidade de controle e recursos para criar um ambiente apropriado, o e-learning em casa nem sempre consegue chegar perto disso. Dessa forma, é importante trabalhar com os pais para garantir que o ambiente dos alunos seja bem projetado para atender às necessidades educacionais deles.
Em muitos casos, isso envolve alocar um ambiente de aprendizagem específico em casa. Nem todo mundo tem um quarto vago inteiro para se dedicar a isso. Mas até mesmo um canto na sala de estar, na sala de jantar ou no quarto pode ser útil aqui. Isso cria um espaço ao qual os alunos neurodivergentes podem se vincular como sendo a sala de aula. Também cria uma separação mental distinta entre o espaço escolar e o espaço doméstico. Você pode sugerir que a área seja decorada com tinta de cor neutra e tenha uma iluminação suave. Para alunos que apresentam comportamento de estímulos disruptivos, como autismo ou TDAH, pode ser sensato remover da sala elementos que provoquem essa tendência.
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Além das áreas de ensino em casa, muitos pais desejam que os filhos aproveitem o espaço ao ar livre. Essa pode ser uma excelente pausa na sala de aula doméstica, principalmente se o aluno estiver se sentindo sobrecarregado.
Porém, lembre-se de que, mesmo com a inspiração e o espaço que o ambiente natural pode oferecer, as salas de aula ao ar livre podem apresentar certos desafios. Mesmo em um jardim, pode haver uma variedade de estímulos que sejam distrações para alunos neurodivergentes. Animais podem atrair o foco, e o clima pode criar desconforto.
Converse com os pais sobre como diminuir as interrupções, por exemplo, colocando móveis ao ar livre para passar uma impressão maior de sala de aula. Discuta medidas para reconhecer quando ambientes ao ar livre podem funcionar como uma pausa para liberar um pouco de energia. Você também precisa avaliar a eficácia da transição de volta à aprendizagem dentro de casa quando necessário.
Incentive o autocuidado
Alunos neurodivergentes não conseguem ter uma experiência de educação on-line bem-sucedida quando estão sofrendo. Um estudo recente constatou que alunos que aprendem em casa estão sentindo níveis mais altos de estresse do que os colegas que aprendem em sala de aula. Isso antes mesmo de levar em conta os desafios da neurodivergência. Nesse sentido, é importante considerar o papel que o incentivo ao autocuidado pode desempenhar nesses alunos. Com um foco extra nisso, você pode auxiliar a educação remota deles.
Sua prioridade aqui é manter a comunicação. Os professores precisam manter uma conversa aberta com os pais sobre o bem-estar mental e físico dos alunos em casa. Fale sobre o impacto que isso tem causado no progresso em sala de aula.
Mais importante ainda, o aluno precisa ser uma parte ativa dessas conversas. Alguns alunos neurodivergentes podem não ter habilidades típicas de comunicação. Porém, muitos têm excelentes insights sobre o que consideram desafiador, qual é o estado emocional em que se encontram e do que precisam.
Também pode ser sensato capacitar os alunos a usar o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) da escola para ter acesso a apoio emocional de orientadores psicológicos.
Vinculada à comunicação, a socialização pode ser importante. Alunos neurodivergentes muitas vezes enfrentam obstáculos relacionados à ansiedade social e à manutenção de relacionamentos. Infelizmente, a aprendizagem remota pode ser uma experiência bastante isoladora. Ela também não oferece a esses alunos oportunidades de praticar métodos de lidar com as situações e fazer amizades com colegas.
Você deve trabalhar com os pais para tomar providências para que os alunos estudem juntos. Encontre tempo e espaço para eles socializarem ocasionalmente, seja on-line ou presencialmente.
Conclusão
A aprendizagem on-line pode ser benéfica para proporcionar aos alunos maior acesso à aprendizagem. Porém, ela pode ser um desafio para alunos com características neurodivergentes. Os professores precisam trabalhar ao lado dos pais para construir uma estrutura de apoio. Você também precisa garantir um ambiente de aprendizagem apropriado. É importante enfatizar o autocuidado para ajudar os alunos a se prepararem mental e emocionalmente para a educação. Nunca será fácil, mas todos os alunos merecem a chance de uma experiência educacional gratificante.