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Quatro práticas que farão da IA uma excelente assistente de ensino - K-20 Blog

Escrito por CYPHER Learning | 05/01/2022 08:00:00

A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas algo dos livros e filmes de ficção científica. De carros automáticos e compras de supermercado sem caixa até os algoritmos que detectam doenças e o reconhecimento de voz que nos permite ter conversas com robôs, a IA está presente em todo lugar. É algo lento, mas que certamente está entrando aos poucos em todos os aspectos da nossa vida cotidiana. E, no futuro próximo, essa presença será cada vez maior.

Talvez a IA não tenha entrado na educação tanto quanto em outras áreas, mas isso não significa que o futuro não seja promissor. Uma flor que demora mais para florescer pode ser tão ou até mais bonita do que as outras. As aplicações da IA na educação são incrivelmente variadas, e certamente transformarão o modo como os professores ensinam e como os alunos aprendem.

Quatro práticas que tornam a IA uma excelente assistente de ensino

A inteligência artificial nunca substituirá os professores. Ela provavelmente será a melhor assistente de ensino do mundo. Veja quatro formas práticas de fazer com que a IA colabore com o belíssimo trabalho dos professores. Todas as quatro envolvem algum nível de automação, o que significa que elas liberarão mais tempo para que os professores se concentrem em outras tarefas mais significativas.

Vamos explorar!

  1. Planejamento de aulas

    Como o planejamento de aulas é um elemento central no ensino, leva muito tempo para ser feito corretamente. Na verdade, planejar bem as aulas pode levar tanto tempo que, se os professores focassem apenas no planejamento, eles não teriam tempo algum para ensinar de fato! Certo, talvez seja um exagero, mas se você é um professor, trabalha com professores ou ama um professor, já sabe como pode ser demorado planejar uma aula.

    A IA permitirá que os professores planejem as aulas em um período de tempo mais perto de um instante do que de uma eternidade. E fazendo isso bem.

    Usando tecnologia, talvez um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), talvez outro tipo de software, os professores poderão inserir no sistema todos os materiais básicos que têm sobre o assunto. Estou falando sobre todos os documentos em texto, PDFs, vídeos, arquivos de áudio, imagens, animações, apresentações e qualquer outro tipo de material de ensino.

    Em seguida, o software analisará e classificará essas informações, talvez até compilando conteúdo on-line já disponível que seja relevante para o assunto, mas ainda não tenha sido incluído no sistema, e criando automaticamente os cursos on-line.

    Assim, os professores só precisarão revisar os cursos planejados e fazer alguns ajustes onde, quando e se necessário.

  2. Fornecimento de aprendizagem adaptativa

    A aprendizagem adaptativa leva a aprendizagem personalizada a um nível mais profundo. A melhor experiência de aprendizagem para um aluno não é apenas personalizada com base nas necessidades de aprendizagem específicas, no conhecimento prévio e nos interesses dele, mas se adapta constantemente a essas variáveis conforme o aluno avança pelos materiais.

    Nenhum professor humano pode fazer isso bem com 30 alunos em sala de aula. Nem mesmo com dez. E, se pensarmos no ensino superior, em que um mesmo curso tem algumas centenas de alunos matriculados, a ideia de aprendizagem adaptativa parece impossível.

    Mas a IA ajudará os professores a adaptar suas estratégias de instrução para atender às necessidades de todos os alunos, com um ensino único.

    Alguns alunos são excelentes em história, têm facilidade para aprender línguas e se saem bem com matemática, mas precisam de um pouco mais de tempo para entender química. Se eles não entenderem os fundamentos da química, também não entenderão os níveis mais avançados. E com essa lógica, você pode substituir a química por qualquer outra matéria. Com a ajuda da inteligência artificial, os professores poderão prestar atenção a todos os alunos, intervir sempre que alguém tiver dificuldades e oferecer feedback e apoio pontuais.

    Além disso, a IA já provou ser excelente em termos de prática espaçada. Por exemplo, quem os escreve está aprendendo russo no Duolingo. Fiquei de boca aberta quando vi minhas estatísticas de palavras. Já aprendi milhares de palavras em russo, e para cada uma dessas palavras, meu perfil tem uma barra de força. Quando ela está na metade, é hora de praticar a palavra, aí passo para a próxima prática.

    Nenhum dos meus professores de idiomas poderia acompanhar todas as palavras que aprendi, nem quando era o melhor momento para praticá-las. O Duolingo faz isso. Não é mágica. É inteligência artificial.

    Leia Mais: Como usar aprendizagem adaptativa para personalizar experiências de aprendizagem

  3. Apoio aos alunos

    Durante o processo de aprendizagem, os alunos têm muitas perguntas. Isso é esperado, pois é assim que eles aprendem. Quanto mais alunos, maior o número de perguntas.

    Eles também precisam de respostas para continuar o processo de aprendizagem. Mas é muito difícil para os professores e os assistentes darem feedback rápido para cada um. Dependendo da complexidade da pergunta, pode demorar dias ou até semanas para que um aluno receba uma resposta.

    A inteligência artificial pode oferecer esse tipo de apoio com facilidade, respondendo às perguntas em questão de minutos.

    “Um dos segredos das aulas on-line é que o número de perguntas aumenta se você tiver mais alunos, mas o número de perguntas diferentes não aumenta de fato”, explica o professor Ashok Goel, do Instituto de Tecnologia da Geórgia.

    O professor Goel é famoso por ter “recrutado” Jill Watson como assistente de ensino em seu curso sobre inteligência artificial. Jill, na verdade, é um computador, que responde a muitas das 10.000 mensagens on-line dos cerca de 300 alunos de Goel, com 97% de precisão. Alguns alunos perceberam o aspecto robótico de Jill, mas muitos nem reparam que o assistente de ensino mais eficiente era, na verdade, um robô.

    A questão é que Jill, com sua inteligência artificial, eliminou boa parte do trabalho tedioso para Goel e seus oito assistentes humanos, permitindo que eles lidassem com questões mais complexas e técnicas.

  4. Avaliação de trabalhos

    Essa é outra tarefa demorada que os educadores precisam concluir, não importa se seus alunos estão na primeira série ou no último ano da faculdade. Eles não pulam de alegria quando precisam corrigir dezenas ou centenas de trabalhos.

    A inteligência artificial também pode dar uma ajudinha aos professores com as avaliações dos alunos.

    Todas as matérias de ciências, tecnologia, engenharia e matemática são fáceis de automatizar. Talvez 5+5+5 seja diferente de 3+3+3+3+3, mas ambos representam o resultado de 5x3, que é 15. Esse, obviamente, é um exemplo bastante simplista, mas os softwares semelhantes à Jill, que comentamos acima, podem fazer isso. Eles podem aprender todas as maneiras de alcançar as etapas correspondentes a um resultado matemático e avaliar os trabalhos corretamente.

    Além disso, até mesmo matérias como literatura e línguas estrangeiras podem ser avaliadas por máquinas de inteligência artificial. Já é possível detectar plágio nos trabalhos escritos dos alunos e alguns professores também usam marcação automatizada de trabalhos escritos. Esses programas podem ser treinados para reconhecer fragmentos de trabalhos já publicados, além de diversos critérios que os professores usam ao avaliar os trabalhos escritos.

    Sem dúvida, mais trabalho é necessário para atingir 100% de precisão na avaliação automatizada dos alunos, mas as tecnologias de IA estão em constante evolução, e logo essa limitação deixará de existir.

    Leia mais: Como diminuir a cola nas avaliações on-line

Reflexões finais

Quando os professores ficam livres de suas tarefas mais tediosas e demoradas, eles podem se concentrar em problemas mais complexos que ajudam mais os alunos. Afinal de contas, o objetivo máximo da educação é ajudar os alunos a aprender. O uso da inteligência artificial na educação abrirá portas para inúmeras possibilidades. Planejar aulas, fazer uso da aprendizagem adaptativa, ajudar os alunos com suas dúvidas e avaliar os trabalhos são apenas alguns exemplos de como a IA pode ser prática.